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Durante vistoria em presídio, MPF e Copen-PE constatam que detento vive em cela com TV, gelágua e até banheiro exclusivo

Publicada em 06/08/2024 às 07:51h

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Durante vistoria em presídio, MPF e Copen-PE constatam que detento vive em cela com TV, gelágua e até banheiro exclusivo

Uma vistoria do Conselho Penitenciário do Estado (Copen/PE) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) nas dependências do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), um das três unidades do Complexo Prisional do Curado, no bairro do Totó, na Zona Oeste do Recife, identificou diversas irregularidades e “privilégios” de detentos que cumprem pena no local. 

 

Durante a inspeção no PJALLB, ocorrida no dia 30 do mês passado, foi emitido um relatório em que o MPF constatou que um dos detentos “vive em uma cela de luxo” com TV de tela plana, geladeira, gelágua e até mesmo um banheiro exclusivo. 

 

“A vistoria também constatou a ocorrência de internos presos por muito tempo ainda sem o julgamento dos respectivos casos. Outra questão que persiste é a figura do “chaveiro”: um interno que faz a gestão dos pavilhões em troca de privilégios. Em uma das celas destinadas a esse interno, o Copen verificou a existência de TV de tela plana, geladeira, gelágua e banheiro exclusivo. Identificou-se também que foram desinstaladas as estruturas que ofereciam possibilidade de trabalho aos presos”, relatou o MPF, por meio de nota. 

 

 

De acordo com o órgão ministerial, a procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, que representa o MPF no Copen/PE,, participou da inspeção. 

 

“Essa foi a sexta unidade prisional vistoriada pelo colegiado este ano. Já passaram pela inspeção o Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, o Presídio de Igarassu, a Penitenciária Feminina de Abreu e Lima, o Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), que também é parte do Complexo do Curado, e a Colônia Penal Feminina Bom Pastor”, destacou o MPF em npta. 

 

 

Ainda segundo o MPF, o PJJALB tem atualmente 464 vagas ocupadas, de um total de 901, de acordo com os dados do Governo do Estado.

 

“Em 2021, a unidade foi interditada a partir da atuação da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, que monitora o cumprimento da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Esse organismo internacional condenou o Brasil, em 2014, pelas condições degradantes de superlotação carcerária no Complexo Prisional do Curado. À época da interdição, o PJALLB abrigava cerca de 2,5 mil internos”, detalhou o MPF. 

 

Redução da população carcerária no PJALLB

 

Segundo o MPE, a adoção de medidas nas áreas judiciais e administrativas reduziu a população carcerária no PJALLB. 

 

“O Copen verificou, porém, que nem todas as vagas ociosas podem ser usadas, situação similar a de outras unidades prisionais vistoriadas. Os motivos são, entre outros, a impossibilidade de convivência de certos internos em um mesmo espaço, pelo risco de conflito, e o baixo efetivo policial. No PJALLB, são apenas 12 policiais penais por plantão, número que se reduz quando os servidores estão em algum tipo de afastamento”, explicou o órgão ministerial em nota. 

 

 

Relatórios

 

De acordo com o MPF, nas inspeções do Copen, são colhidas informações sobre a infraestrutura física e de serviços de cada unidade prisional. Os relatórios com o resultado são encaminhados aos órgãos competentes do Governo de Pernambuco e ao Poder Judiciário. 

 

O que diz o governo

 

A reportagem do Diario de Pernambuco procurou a assessoria de Imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) para saber se a pasta iria se pronunciar sobre o assunto e até a última atualização desta matéria não houve retorno.

 

Fonte: Wilson Maranhão




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