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'Está a gente aqui, feito um bocado de lixo', diz paciente sobre superlotação em hospital no Recife

Publicada em 15/09/2021 às 14:35h

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'Está a gente aqui, feito um bocado de lixo', diz paciente sobre superlotação em hospital no Recife

O desabafo de uma mulher sobre a superlotação e situação dos pacientes aglomerados em macas esperando por cirurgia no Hospital Otávio de Freitas, no Recife, viralizou nas redes sociais (veja vídeo acima). A equipe da TV Globo foi ao local nesta terça-feira (14) e ouviu de pacientes e funcionários mais reclamações.

 

“A gente tudo aqui, jogado ao léu, misturado. Eu tenho um filho pequeno, sou vigilante, pago meus impostos, sei dos meus direitos. Está a gente aqui, feito um bocado de lixo, um bocado de cachorro. Tem gente aqui há 15 dias aguardando uma operação”, diz a mulher, que não se identifica.

 

A paciente afirma também aguardar uma cirurgia, que já foi remarcada várias vezes. O Hospital Otávio de Freitas é referência para o tratamento de doenças respiratórias, como tuberculose, e também traumato-ortopedia, clínica médica, urologia, cirurgia-geral e pediatria.

 

O local filmado com o celular é o corredor norte do hospital, segundo acompanhantes e funcionários. Nessa área, ficam pacientes que precisam de cirurgia de várias especialidades e pessoas com tuberculose. Segundo os parentes, o local continuava lotado nesta terça-feira (14).

 

“É como se estivesse em um campo de guerra. Está tumultuado, quente, não tem ventilação, não tem ar-condicionado, não tem lugar para a gente se acomodar. Todos os pacientes estão em cima de uma maca. É uma situação muito constrangedora”, afirmou a auxiliar financeira Léa Muniz.

 

Em meio à pandemia de Covid-19, um funcionário da equipe de enfermagem, que pediu para não ser identificado, afirmou que a situação também é difícil para quem trabalha e precisa dar conta de dezenas de pacientes ao mesmo tempo.

 

“São três enfermeiros para dar conta daquilo tudo ali e dez técnicos. […] Os pacientes ficam cobrando da gente o porquê da demora. A gente fica de mãos atadas porque a demanda é grande. Até pra medicar é difícil porque está um local insalubre para gente trabalhar. Antes, não era assim. Agora, está um caos”, disse o funcionário.

 

As macas ficam praticamente coladas umas nas outras e, segundo parentes, há demora para conseguir não somente uma cirurgia, como também que exames sejam realizados.

 

A irmã Josefa Francelino Ferreira foi internada no dia 4 de setembro com pedra na vesícula e, dez dias depois, a família ainda não tem ideia de quando ela vai fazer o exame que necessita e, assim, ter a cirurgia marcada.

 

“Ela fica só, não pode ficar acompanhante. Venho de três em três dias, dou banho nela e pego a roupa para lavar”, relatou.

 

Direção reconhece problema

 

O diretor geral do HOF, Antônio Almeida, afirmou que tem trabalhado junto à Secretaria Estadual de Saúde para encontrar uma solução para a situação. Segundo ele, há previsão para que novos leitos sejam inaugurados ainda neste ano.

 

Fonte: G1PE




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