As temperaturas no Reino Unido ultrapassaram 40ºC pela primeira vez nesta terça-feira (19), tornando-se o dia mais quente do país já registrado.
Antes de 2019, o Reino Unido só havia visto uma cidade ultrapassar 37,8ºC uma vez em agosto de 2003.
Desde então, isso aconteceu quatro vezes em quatro anos. Então, o que antes era considerado impossível, ou talvez um evento de calor de um em 100 anos, agora está acontecendo quase anualmente.
Stephen Belcher, cientista-chefe do Met Office do Reino Unido, e o professor Paul Davies, meteorologista-chefe do Met Office, disseram que há três coisas que estão tornando essas condições possíveis.
O primeiro é o chamado “padrão de número de onda 5”, disseram Belcher, Davies e o Met Office em um post de blog nessa terça-feira (19).
O padrão de número de onda 5 descreve “a diferença na temperatura da superfície de seus valores médios”.
Cinco estações meteorológicas de Londres a Lincolnshire atingiram 40ºC ou mais, com Coningsby em Lincolnshire chegando a 40,3oC.
Isso mostra que há um padrão semelhante a ondas ao redor do Hemisfério Norte com cinco regiões de alta pressão, explicaram, acrescentando que esses são os lugares propensos a experimentar ondas de calor.
O padrão de número de onda 5 também explica por que é possível ter ondas de calor simultâneas em todo o mundo, disseram os cientistas do Met Office.
O Met Office diz que a mudança climática, o segundo fator, também desempenha um papel. Belcher e Davies escreveram na postagem do blog que as temperaturas no Reino Unido são “sem precedentes na história registrada”.
“Em um clima não afetado pela influência humana, a modelagem climática mostra que é praticamente impossível que as temperaturas no Reino Unido atinjam 40°C”, disse o Met Office no blog.
Belcher e Davies disseram que a mudança climática é principalmente impulsionada pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera. As condições mais quentes são resultado da combinação desses gases com os padrões de circulação atmosférica — como o padrão de número de onda 5, de acordo com o órgão
O terceiro fator que está contribuindo para o calor extremo são as condições ambientais e do solo, disseram Belcher e Davies.
Fonte: CNN