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Hacker Delgatti é condenado a 20 anos de prisão por invasão de contas da Lava Jato

Publicada em 22/08/2023 às 10:03h

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Hacker Delgatti é condenado a 20 anos de prisão por invasão de contas da Lava Jato

A 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília condenou nesta segunda-feira (21) o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, a 20 anos de prisão, mais multa, pelo caso da invasão do Telegram de autoridades, em 2019.

 

A decisão é do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que sentenciou ainda outras seis pessoas. Os crimes atribuídos ao hacker são os de invasão de dispositivo informático, organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptação de comunicações. Cabe recurso da decisão do juiz.

 

Delgatti foi preso em 2019 na Operação Spoofing por suspeita de invadir contas de autoridades no Telegram, entre elas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro, responsável pelos julgamentos em Curitiba.

 

As mensagens trocadas com o ex-procurador Deltan Dallagnol mostraram uma relação alinhada entre Ministério Público e juiz, o que foi decisivo para a derrocada da operação, anos depois.

 

Delgatti admitiu à Polícia Federal ter entrado nas contas de procuradores da Lava Jato e confirmou ter repassado mensagens ao site The Intercept Brasil, que revelou o caso posteriormente conhecido como Vaza Jato.

 

O hacker depôs na semana passada na CPI do 8 de janeiro e na PF, ocasião em que acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar de ações para atacar a Justiça Eleitoral e de tramar contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

 

A reportagem procurou a defesa de Walter Delgatti, e o advogado dele, Ariovaldo Moreira, disse que ainda precisa analisar a decisão para se manifestar. À Justiça os defensores tentaram desqualificar os crimes imputados e questionaram a atribuição da Vara Federal do DF para conduzir o processo.

 

O réu está preso desde junho sob suspeita de invadir, no ano passado, também o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), supostamente em combinação com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais aliadas de Bolsonaro.

 

Segundo disse o juiz na sentença desta segunda, a PF afirmou que, somando os alvos interceptados tanto do celular de Walter, quanto de seu computador, “chegou a um total de 126 vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações”.

 

Fonte: Folha de S. Paulo




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